quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Domingo de manhã


Quando acordou, Pedro viu que o sol já estava alto na manhã daquele domingo de verão. Havia bebido além da conta na noite anterior, a cabeça doía e aos poucos foi voltando à realidade. Olhou para a cama revirada e só então percebeu a falta dela.
Saiu pela sala, banheiro e procurou esperançoso no resto da casa, mas nenhum sinal de Mari. Entristeceu-se.
Preparou um forte café na cozinha e ficou pensando nos últimos acontecimentos da semana como a perda do emprego, a ameaça de despejo e a batida de carro. Tantas coisas juntas acontecendo ao mesmo tempo e agora, de manhã, Mari também não estava ali. O que mais estaria por vir?
Analisou a possibilidade de aceitar a oferta de trabalho que um amigo havia feito e mudar-se de Estado, talvez fosse esse o momento. Resolveria ou fugiria dos problemas, mas e Mari?
Estava tão concentrado em seus pensamentos que quase não ouviu o barulho na porta, abriu-a e fez um largo sorriso ao ver Mari entrar, mas ela sequer lhe dirigiu o olhar.
Foi direta até a cozinha, tomou água e virou-se finalmente para encará-lo. 
Pedro sentiu um calafrio e ficou um instante sem ação, mas logo se refez, tomou um gole do café é foi servir ração para sua gata persa. Tudo em seu devido lugar, Mari estava de volta.

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