segunda-feira, 13 de novembro de 2017

ZÉ, DO BRASIL !!


Zé morava numa pequena cidade litorânea do Brasil desde que nascera. Teve uma infância humilde e quase não frequentou a Escola tornando-se um ajudante e depois pedreiro por profissão. 
No verão ganhava um reforço no orçamento quando com sua simpatia e sorriso no rosto vendia picolés na beira da praia onde invariavelmente superava seus colegas na quantia vendida. Com os anos passando, o casamento e a chegada dos filhos seu sonho de se tornar um jogador de futebol foi deixado a lado. 
Mulato baixo e forte seguia mais um final de dia pela beira mar quando um turista o convidou para jogar um pouco de futebol. Tirou o uniforme e já fez uma goleira com seus chinelos.
-Três gols. Disse o americano.
Zé pedreiro fez OK na hora.
O americano com pernas compridas e ágeis surpreendeu Zé e marcou logo um gol. 1x0. Zé se refez da surpresa e partiu para o ataque tentando um drible, mas o americano defendia-se muito bem e contra-atacava com perigo. Algumas poucas pessoas que caminhavam pararam para olhar o desafio. Zé pedalou de um lado para outro ate conseguir ultrapassar e marcar o seu gol. 1x1. A honra estava limpa. As pessoas aplaudiram. 
O americano tentou mais um ataque rápido, mas Zé pedreiro bloqueou e recuperou a bola. Zé ousou, empolgado, o drible da vaca e com ajuda do vento superou a marcação do americano. Viu a bola sobrar livre na frente do gol e completou entre os chinelos marcando o gol da vitória para sua felicidade e delírio de quem assistia e gritava.
Feliz, Zé pedreiro lembrou-se de Bebeto superando a zaga americana na Copa de 94 fazendo o gol e, por um momento, sentiu-se o craque daquela seleção campeã. Agora era Zé Bebeto! !!!! Zé do Brasil!!
Suado, correu em direção ao mar e jogou-se mergulhando fundo. Sentiu o mar morno relaxar o corpo cansado, inundando-se de felicidade. 
Levantou-se e retornou para a areia onde o americano o aguardava ao lado de seu carrinho.
- É sua esta bola, um presente. Disse o gringo.
- Obrigado. Agradeceu Zé com seu simpático sorriso. Sabendo que aquele seu troféu se tornaria o brinquedo preferido dos filhos. 
E, juntos, ficaram felizes escorados no carrinho saboreando picolés e o brilho do pôr do sol atrás dos morros.

-Todo mundo tem direito. Suspirou Zé.

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